Fevereiro, assim como janeiro, foi um mês bem produtivo cinematograficamente falando. Além dos filmes desse post, assisti à maioria dos indicados ao Oscar nesse mês, o que quer dizer que teve um filme a cada dois dias. Duvido que esse ritmo se mantenha ao longo do ano, mas vamos tentar. Sem mais delongas, eis o que eu andei vendo em fevereiro (spoiler: teve bastante coisa boa!).
Divergente (Neil Burger, 2014): Li Divergente e Insurgente há alguns anos e, na época, achei o primeiro livro bem bacana, bem interessante, bem daquelas histórias que te prendem, e o segundo achei bem chato - tanto que nunca terminei a série. A verdade bem sincera é que Divergente é mais uma dessas distopias genéricas que começaram a surgir graças ao sucesso de Jogos Vorazes. Não tem muita coisa a oferecer, é uma história bem genérica de pós-apocalípitoco-governantes-mal-intencionados-ação-romance-coming-of-age, mas eu precisava de um passatempo e o filme cumpriu muito bem esse papel. A Shailene Woodley fala besteira, mas é uma atriz bem competente, e fico feliz que essas sagas protagonizadas por heroínas estejam sendo levadas ao cinema e arrecadando milhões.
Regras da Vida (Lasse Halström, 1999): Nunca tinha ouvido falar desse filme, que foi uma grata surpresa do Netflix. Tobey Maguire, ainda jovenzinho, interpreta um órfão que cresce para se tornar médico (de experiência, não de formação) junto com o responsável pelo orfanato, interpretado pelo ótimo Michael Caine, mas que discorda de alguns posicionamentos do seu mentor, e que decide que precisa ver o mundo e vai para uma fazenda colher maçãs. Regras da vida, que é dos anos noventa, faz uma discussão bem honesta sobre a questão do aborto e sobre as regras arbitrárias que os seres humanos impõem sobre outros seres humanos. Não acho que o texto do filme tente ditar o que é certo e errado, mas retrata situações que permitem que você tire suas próprias conclusões. Sinceramente, não esperava tanto.
I Capture the Castle (Tim Fywell, 2003): Mais um daqueles filmes britânicos de época que são uma delícia. É um coming of age que se passa em um castelo (! - um castelo decadente, mas ainda assim) na década de 30, protagonizado por uma aspirante a escritora que vive em uma família excêntrica que precisa muito de dinheiro para sair de condições cada vez mais complicadas. Com a chegada de dois americanos ao castelo, a protagonista passa por uma série de experiências importantes para sua formação como pessoa e como escritora. Típico coming of age, só que sem juras de amor eterno, e com a confusão e as desilusões bem realistas. Ótimo filme para aquelas tardes de domingo chuvosas. Ah, a trilha sonora é do Dario Marianelli.
What If (Michael Dowse, 2013): Queria muito ter amado esse filme porque é protagonizado pelo Daniel Radcliffe e eu simpatizo muito mesmo com ele - e nem é só por causa de Harry Potter. Mas a verdade é que não amei. Nem odiei. Só... Fiquei indiferente, que é o que sempre acontece comigo quando eu assisto a uma dessas comédias românticas alternativas sobre jovens confusos e cheios de dúvidas. É bonitinho, tem alguns diálogos bacanas, os protagonistas são personagens bem realistas, mas é isso. Tive muita preguiça de todos os coadjuvantes. Dormi no meio e tive que ver o resto no outro dia. (DanRad, te amo, mas faça filmes melhores).
Hotel Ruanda (Terry George, 2004): Bem excelente esse retrato de um conflito extremamente violento e mortal entre dois grupos étnicos diferentes num país africano. Don Cheadle brilha no papel do gerente de hotel que abriga milhares de refugiados em seu local de trabalho e precisa cuidar de toda essa gente enquanto negocia para mantê-los todos vivos. O filme começa com dezenas de potenciais salvadores brancos que se encontram em Ruanda, mas eles vão deixando o país aos pouquinhos - uma das falas mais impactante do filme vem do jornalista interpretado pelo Joaquin Phoenix, quando diz que tentaria mostrar as imagens daquilo que estava acontecendo em Ruanda para o mundo: as pessoas vão exclamar "nossa, que coisa horrível" e em seguida continuarão seu jantar. Me atingiu completamente porque não poderia ser mais verdadeiro. Grande história, tão forte quanto triste. Impossível não assistir sem sentir um peso enorme por tudo aquilo que acontece no mundo e que fingimos não ver.
Entre Irmãos (Jim Sheridan, 2009): Apesar do título brasileiro sugerir uma coisa meio triângulo-amoroso-estilo-Vampire-Diaries, o filme nunca chega perto de ser um triângulo amoroso, ainda que se trate, sim, de uma mulher que se envolve com o irmão do seu marido, dado como morto na guerra no Afeganistão. Não entendi muito bem qual exatamente era a história que o filme queria contar quando ele terminou, mas vale a pena pelo retrato bem frio de um militar que volta da guerra extremamente transtornado, coisa que faz todo sentido. Não é de se espantar que guerras sejam experiências tão traumáticas, e não sei se é possível voltar inteiro delas, mesmo sem ferimentos físicos. Nenhum personagem é preto-no-branco e é possível compreender as ações de todos eles. Esse filme é um remake de uma produção dinamarquesa, e eu já tenho certeza de que ela é melhor.
A Rosa Púrpura do Cairo (Woody Allen, 1985): Que filme divertido e excelente. Um personagem fictício reparar em você assistindo à história dele no cinema pela quinta vez e decidir sair da tela para conhecer você e viver coisas novas é o sonho de qualquer fangirl. É bastante divertido perceber o quanto essa atitude geraria problemas, desconcertando o restante dos personagens do filme, que não sabem como prosseguir, os responsáveis pela projeção, os produtores, os atores envolvidos, e por aí vai. Enfim, impossível não se divertir ao longo dos oitenta minutos passados ao lado de uma personagem cinéfila e de seu personagem querido. Gosto da ideia de cada projeção do mesmo filme ter vida própria e independente e gosto muito da conclusão dada à história, que, sinceramente, não poderia ser outra.
O Último Rei da Escócia (Kevin Macdonald, 2006): Excelente trabalho do Forest Whitaker, e eu sou sempre bem parcial para falar da entrega do James McAvoy (mas, amigas, ele sempre entrega, o que eu vou fazer?), mas com toda a honestidade e sinceridade, o filme não me prendeu nem me pegou. É uma história boa e horrível sobre um ditador implacável e ao mesmo tempo tão carismático que começa seu governo celebrado por um povo que anseia por mudanças e por um país melhor, e conquista com poucas tentativas a total simpatia do médico escocês recém-formado que vai para Uganda porque quer ajudar... e porque a vida em casa está uma bosta. Só não achei que funcionou muito bem dramaticamente. Não fossem pelas atuações, não se sustentava.
Star Wars, episódios IV, V e VI (1977, 1980 e 1983): Durante muito tempo, relutei o quanto pude em assistir a isso aqui. Sempre me pareceu extremamente besta e bobo. Mas, olha só, é bem divertido. É uma história bem legal. Claro, é meio trash. Chewbacca urrando o filme todo, as festas do Jabba the Hutt??? Enfim, tem que abrir o coração. O primeiro dos filmes é o melhor entre os três, na minha opinião, e eu achei que peca um pouco por ser tudo muito objetivo. Comentei que parece que as grandes revelações do enredo ("Luke, eu sou sei pai", "Luke, você tem uma irmã" - que infeliz, eu estava shippando) não têm muita emoção ou profundidade, sabe? Mas juro que me diverti e assisti um atrás do outro. E, migas, Luke Skywalker, what a babe.
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Dream Team das guerras intergaláticas num momento de descontração.
E vocês, o que andaram vendo? Tem títulos pra me recomendar? Me conta, eu vou adorar saber.








Star Wars, episódios IV, V e VI (1977, 1980 e 1983): Durante muito tempo, relutei o quanto pude em assistir a isso aqui. Sempre me pareceu extremamente besta e bobo. Mas, olha só, é bem divertido. É uma história bem legal. Claro, é meio trash. Chewbacca urrando o filme todo, as festas do Jabba the Hutt??? Enfim, tem que abrir o coração. O primeiro dos filmes é o melhor entre os três, na minha opinião, e eu achei que peca um pouco por ser tudo muito objetivo. Comentei que parece que as grandes revelações do enredo ("Luke, eu sou sei pai", "Luke, você tem uma irmã" - que infeliz, eu estava shippando) não têm muita emoção ou profundidade, sabe? Mas juro que me diverti e assisti um atrás do outro. E, migas, Luke Skywalker, what a babe.

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E vocês, o que andaram vendo? Tem títulos pra me recomendar? Me conta, eu vou adorar saber.