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Agosto sem posts e segundo semestre do desânimo

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Quase por milagre, desde fevereiro esse blog não passava um mês sem post. Julho que, olha só, inaugurou esse zicado segundo semestre de 2014, teve três (!) posts. Três pode parecer pouca coisa, mas tudo depende do seu ponto de vista. Pra mim, com minha tradição de longos textos de quase duas mil palavras sobre finales horríveis de séries sobre caras chamados Ted Mosby, três posts é bastante.

Ano passado, vim até aqui justo em agosto para dizer que o blog não estava abandonado e que eu eventualmente apareceria aqui de novo (e para compartilhar um porquinho tomando sorvete). Esse ano, nem dei o ar da graça. Em outubro de 2013, vim falar um pouco mais de blog, da vida e tudo mais, e do porquê de ele estar sempre abandonado. Afinal, eu gosto de escrever, e eu gosto de ter esse espaço pra fazer isso. Ele não é uma obrigação, mas mesmo assim acaba entrando na lista das coisas deixadas pra depois porque: procrastinar sempre vem antes. Só que, ironicamente, não tenho mais feito tanto disso. Propostas de ensaio sobre cultura norte-americana à parte, está tudo bem bonitinho e em dia no quesito compromissos.

Mas o blog, pobre dele, anda às moscas. E, pior ainda, nesse meio tempo não devo ter comentado em mais do que meia dúzia de posts em toda a internet (e vocês sabem que eu gosto de comentar, vide os longos textos que eu deixo nas caixas de comentários dos blogs alheios) (desculpa qualquer coisa, é só avisar).

É engraçado. Às vezes, no ônibus, ou na rua, ou quando estou tentando prestar atenção na leitura de um texto, eu penso ou vejo alguma coisa sobre a qual gostaria de comentar aqui. Daí chego em casa, sento na frente do computador e mal consigo compor um Tweet - quanto mais um post.

Esse sentimento começa mais ou menos em abril. E só passa depois de dois meses longe.

A questão é que esses dias me peguei pensado que, quanto mais o ano passa, menos ânimo eu tenho. Pra escrever sobre nem precisar de viagem no tempo, ou pra finalmente sentar e digitar a indicação empolgada de Veronica Mars, pra complicar um projeto de pesquisa simples com a intenção de deixar ele mais interessante (ainda que mais trabalhoso), pra sair pra caminhar no sol e calor com o objetivo de resolver pendência...

Acho que o segundo semestre é problemático porque, embora janeiro e fevereiro não tenham propriedades curativas, não façam mágica e na verdade sejam bem mais desagradáveis do que outros meses por motivos de extremo calor, o jeito que a gente mede o tempo é esse: janeiro é o começo e dezembro é o fim. O ano começa, passa, termina e eu sempre tento me convencer de que no próximo ano vou melhorar enquanto ser humano e tentar mudar aquilo que não me agrada porque, seguindo um bom conselho que vi na internet por aí: "se você não gosta de onde você está, mova-se. Você não é uma árvore". É ridículo? É. Mas é assim que funciona.

A gente quantifica e marca o tempo e embora a vida não entre num novo ciclo a cada começo de ano, por algum motivo, se você não for muito cético, a impressão que fica é essa. É ridículo o número de vezes em que eu já empurrei coisas para o próximo ano (como se janeiro de fato fosse um mês mágico) ao invés de resolvê-las e encará-las de uma vez. O começo do ano traz uma energia diferente. Uma sensação de que existem muitas possibilidades (e eu já falei disso por aqui também). O fim do ano traz cansaço, e talvez a sensação de falha porque eu não cumpri as minhas ~metas~, mesmo que eu tenha desistido há tempos de escrever resoluções de Ano Novo por causa disso.

Não é e nem nunca foi uma resolução de Ano Novo manter esse blog atualizado. Não acho que o que eu escrevo é, assim, particularmente interessante, e muito menos necessário (mais sobre isso nesse post incrível, que não é meu, e sim da da Milena, mas com o qual eu concordo completamente). Mas o diálogo com qualquer pessoa que dedica uns minutinhos do seu tempo pra ler o que eu escrevo e deixar uma resposta é, sim, importante. Compartilhar o que eu tenho visto de mais bonito e bacana por aí (seja ficção ou seja realidade) é necessário. Mesmo que seja só pra mim mesma. Eu queria especialmente poder sempre compartilhar aquilo que me deixa feliz, que faz bem ou que me faz pensar. Mas não adianta: quanto mais o ano passa, mais eu me faço aquela pergunta horrenda sobre "qual é o sentido?", menos me empolgo pra fazer isso. O espírito só volta a se animar em cem por cento quando o semestre está perto de terminar e as propagandas de Natal do Zaffari* começam a passar na televisão e eu estou liberada pra ouvir cover pop de música natalina brega. Porque mesmo com consumismo (etc etc), mesmo com verão de quarenta graus, mesmo que os dias 24 e 25 em si não sejam empolgantes, o que tenho a dizer sobre dezembro é que: 'tis the season to be jolly.

Com tudo isso, não queria chegar a nenhuma conclusão lógica ou natural a partir de uma linha de raciocínio (que na verdade não existe). Só queria dizer que: estou viva, estou bem, não estou lendo mais nada e estou com medo de ter virado uma daquelas pessoas cuja concentração dura só dez minutos, mas estou por aqui. Eu obviamente vou aparecer de novo em breve pra falar de Friday Night Lights - já que eu gosto de compartilhar as coisas incríveis que eu vejo por aí, é meu novo projeto de vida fazer alguém assistir. Aguardem.
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* Esse post não é um publieditorial - estou só seguindo a linha de compartilhar-as-coisas-boas -, mas se você não tem a felicidade de assistir a esses comercias na televisão, eu recomendo demais (demais!) perder uns minutinhos vendo. Eles devem ajudar, de modo subliminar, a fazer pessoas trocarem de supermercado, mas não têm nada a ver com compras e supermercado e são das coisas mais lindas que existem. Especialmente a última, de 2013, e a de 2005.

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