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Favoritos de 2015, parte III: da TV e da música

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Para terminar a incrível série de Favoritos do Ano, um post que junta duas coisas que não têm relação nenhuma - mas que vêm juntas porque são aquelas sobre as quais eu tenho menos coisas pra dizer.

Acho um pouco difícil acompanhar as modas da televisão, porque o tamanho do comprometimento com uma série, que talvez acabe se estendendo por anos, é bem grande. Os únicos hypes do ano que consegui acompanhar foram os da Marvel na Netflix e Unbreakable Kimmy Schimidt (pra essa adianto que: não deu).

Demolidor tem bastante sangue e violência física e é tão uma série de ação, sabe, me dá um soninho (olha o nome do negócio, Fernanda). Por outro lado, achei fascinante que o Matt Murdock é bem católico e se consulta com um padre antes de tomar decisões, e o quanto a ideia de matar alguém (ainda que seja um Vilão dos Quadrinhos) deixa ele desconfortável. Pena que o único episódio que achei realmente ótimo, porque é baseado em flashbacks que trabalham a amizade do Matt com o Foggy (já amo) com mais profundidade, é o menos querido pelo público, aparentemente. Talvez eu esteja vendo isso errado. Mas vamos continuar e ver no que dá porque:

(Porque superficial & vendida pra qualquer historinha bonitinha, por isso mesmo).

Por outro lado, teve Jessica Jones, e essa é definitivamente uma das minhas coisas favoritas do ano. Também é uma série mais obscura sobre uma heroína, mas a ação e a violência física e o sangue vêm em quantidades menores - a série pesa mesmoé no aspecto psicológico (que é ótimo). Kilgrave e seu total controle de qualquer mente é um vilão muitoassustador, e o fato de ele usar esse controle em cima da Jessica porque, diz ele, está apaixonadopor ela, para mandar as mulheres sorrirem pra ele, para constantemente afirmar que só deu à Jessica tudo o que ela queria, foi brilhante da parte dos roteiristas. A série tem personagens femininas ocupando todos os espaços, tem uma amizade linda no centro, tem momentos tensos excelentes, boas atuações por parte dos protagonistas e a Jessica é uma investigadora particular (!!!). Bem excelente.


Incrível.

Nas comédias, pras quais eu sou bem mais chata, assisti Younger e adorei. A Sutton Foster tem um timing cômico ótimo, a história se passa numa editora (!), tem as modas, tem amizades entre mulheres, tem muitas conversas sobre livros, tem uns conflitos reais da protagonista, tipo: o personagem do Nico Tortorella, tão bonito... Mas ele não gosta... de... ler (!!!). É leve e genuinamente divertida, sem forçar no humor (tipo c e r t a s comédias que acertaram mesmo foi na abertura - odeio esse humor super caricatural).

E tiveram os episódios finais de Mad Men. Melhor final de série em muito tempo, com uma conclusão que não é exatamente ambígua, mas que permite que você enxergue otimismo ou cinismo lá, e as duas coisas são, sim, justificadas - depende muito mais de você, da sua visão sobre a publicidade, sobre o Don e companhia e sobre o quanto as pessoas podem ou não mudar. Meio inacreditavelmente, perdeu os Emmys, inclusive de roteiro, pra Game of Thrones (a Academia de Artes & Ciências Televisivas assistiu essa cena?). Mas paciência, vida que segue, tem outros troféu:


Quanto à música, já comentei que não sou muito ligada em lançamentos, em acompanhar discografia de praticamente artista nenhum, então a verdade é que eu passei boa parte do ano escutando os mesmos CDs que eu ouço desde sempre - e uma mesma playlist no 8tracks. The End of an Era é uma coleção maravilhosa de algumas das melhores músicas tocadas nos créditos finais de Mad Men (EU SEI, já deu, eu sei) ao longo dos anos - apesar de terem faltado algumas das minhasfavoritas. A playlist também acaba mostrando a evolução da música ao longo da década de sessenta, e ouvir por inteiro é uma experiência bem legal.
Favoritas:Don't Think Twice, It's All Right; The End of the World; Bleecker Street; This Will Be Our Year; Both Sides Now (...but still somehow it's life's illusions I recall... gente, que letra).


Tá, mas e o que mais dá pra dizer eu gostei de ouvir esse ano?

Esse ano ouvi muito pop, bastante ex-Disney Channel, viciei em boyband, dei o braço a torcer pro disco novo do, olha só, Justin Bieber (mas melhore, Justin Bieber) e me esforcei pra não deitar no escuro ouvindo música melancólica porque não era disso que eu precisava (a rainha da melancolia voltou, no entanto, e dei uma escorregada). Os favoritos foram esses, mas ouvi muitas outras coisas das quais não lembro mais:

Classics, She & Him: She & Him foi um dos meus artistas mais escutados cem por cento por causa desse disco. Não tem muito o que dizer: é uma seleção bem bonitinha e perfeitinha de, como diz o título, clássicos, na voz da Zooey Deschanel, e eu não preciso de muito mais do que isso. Pode ser música de sala de espera de dentista? Pode. Mas e aí?

Favoritas: Stars Fell on Alabama; Oh, No, Not My Baby; This Girl's in Love with You. (E God Only Knows, que não faz parte do disco, não sei de onde surgiu, mas deveria).

How Big, How Blue, How Beautiful, Florence and the Machine: Acho que Florence and the Machine tem tudo: os vocais poderosos da Florence, a música e a sonoridade, as letras. Tanto acho isso que tenho favoritas que são mais sobre os vocais e a letra (é sobre Gatsby, pra surpresa de ninguém) e outras que não têm nenhuma das duas coisas - a intro de Bird Song é uma das coisas mais bonitas e que mais me emocionam nessa vida. Esse disco tem todas essas coisas, e é lindo no minimalismo de "St. Jude", na letra de "Various Storms & Saints", na finale instrumental que fecha com chave de ouro a coisa incrível que é a música-título.

Favoritas: HB, HB, HB; Various Storms & Saints; St. Jude; What Kind of Man.

Revival, Selena Gomez: Uma grande surpresa. Resolvi começar a ouvir pela indicação da BFF Taylor Swift, "Hands to Myself" - uma música que achei bem chata, descupa - e desisti logo depois. Mas o CD foi recomendado por uma amiga depois disso, e resolvi dar outra chance porque eu simpatizo com a Selena, já que ela te pergunta quem diz que você não pode fazer as coisas que você quer (valeu, miga). E não é que adorei? Tem umas coisas dispensáveis (Body Heat é meio péssima), mas num geral é um disco pop bem coeso sem ser nem um pouco repetitivo, gostoso de ouvir, com um tom bacana de empoderamento e um belo adeus pro Justin Bieber.

Favoritas: Kill'em With Kindness (uma mensagem que eu preciso muitíssimo internalizar); Same Old Love; Me & the Rhythm; Good for You.

(Engraçado pensar que eu costumava achar a música da Demi muito melhor do que a da Selena, mas nem consegui terminar de ouvir Confident) (ex-Disney Channels e seus afetos, parei pra ouvir todos) (até a Hilary Duff voltou de um hiatus de aproximadamente 84 anos e, apesar de não ter sido essa coisa toda, teve música fofa).

Made in the A.M., One Direction: Pra ser bem sincera, One Direction sempre foi uma coisa na qual eu não prestei muita atenção. Não entendia o apelo quando eles apareceram e pareciam ter catorze anos (ainda brm que o tempp passa, né?) e, na verdade, continuo achando os três primeiros discos (como é que eles lançam tanto CD) meio aquela coisa: bacaninha, até, mas generiquinho. O fato é que "Perfect" aconteceu e eu fui ouvir por motivos de Taylor Swift ("if you're looking for someone to write your breakup songs about", I rest my case). E genuinamente adorei. Continua sendo pop gostosinho de escutar, mas bem menos I think it went oh oh oh, I think it went yeah yeah yeah, se é que isso faz sentido? Dispenso as baladinhas porque acho bem genéricas, mas gostei muito mesmo de todo o resto, achei que explora umas vertentes diferentes do pop e acerta em todas, e eles realmente cantam bem, né?

Favoritas: End of the Day; Perfect; Never Enough; e só Deus sabe por que A.M. ficou pra faixa-bônus.

25, Adele: O hype da Adele é um do qual eu sou proud member - e tô aqui pela voz mesmo; ela pode cantar a lista do supermercado que tá ok. Ainda acho meio difícil diferenciar um disco do outro, a sonoridade é bem parecida e os temas também, mas o mais importante é que eu gosto dos três. A minha favoritíssima, na melhor melancolia adeliana de ser, é "When We Were Young", uma bela meditação sobre a passagem do tempo. Entendo cem por cento por que Adele está falando sobre quando era jovem mesmo ainda estando nos vinte anos, porque is this not me?

Favoritas: When We Were YoungSend My Love (To Your New Lover); Water Under the Bridge. Mas eu gostei de todas - foi tudo meio dentro do esperado.

Bônus: já falei das duas aqui, mas as trilhas sonoras de Interestelar e A Teoria de Tudo colocaram Hans Zimmer e Jóhan Jóhannsson entre os meus artistas mais ouvidos. Em dezembro, seguem sendo maravilhosas. Especialmente a primeira, que é mais do que boa, é mágica (sério, transformar o órgão, um instrumento que já soa meio etéreo, em som do espaço foi 10/10).



Sei lá como é que o Hans Zimmer conseguiu transformar isso aqui em som, mas conseguiu.

Com essa citação deveras inspiradora de Interestelar, que possivelmente está falando exclusivamente sobre americanos (porque americanos são americanos), mas que eu vou transformar em uma mensagem universal, me despeço e deixo aqui meus votos para que 2016 seja um ano mais gentil com todos nós, e que, principalmente, nós sejamos gentis uns com os outros - e com nós mesmos. Feliz 2016!

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