
Para terminar a incrível série de Favoritos do Ano, um post que junta duas coisas que não têm relação nenhuma - mas que vêm juntas porque são aquelas sobre as quais eu tenho menos coisas pra dizer.
Acho um pouco difícil acompanhar as modas da televisão, porque o tamanho do comprometimento com uma série, que talvez acabe se estendendo por anos, é bem grande. Os únicos hypes do ano que consegui acompanhar foram os da Marvel na Netflix e Unbreakable Kimmy Schimidt (pra essa adianto que: não deu).
Demolidor tem bastante sangue e violência física e é tão uma série de ação, sabe, me dá um soninho (olha o nome do negócio, Fernanda). Por outro lado, achei fascinante que o Matt Murdock é bem católico e se consulta com um padre antes de tomar decisões, e o quanto a ideia de matar alguém (ainda que seja um Vilão dos Quadrinhos) deixa ele desconfortável. Pena que o único episódio que achei realmente ótimo, porque é baseado em flashbacks que trabalham a amizade do Matt com o Foggy (já amo) com mais profundidade, é o menos querido pelo público, aparentemente. Talvez eu esteja vendo isso errado. Mas vamos continuar e ver no que dá porque:



Por outro lado, teve Jessica Jones, e essa é definitivamente uma das minhas coisas favoritas do ano. Também é uma série mais obscura sobre uma heroína, mas a ação e a violência física e o sangue vêm em quantidades menores - a série pesa mesmoé no aspecto psicológico (que é ótimo). Kilgrave e seu total controle de qualquer mente é um vilão muitoassustador, e o fato de ele usar esse controle em cima da Jessica porque, diz ele, está apaixonadopor ela, para mandar as mulheres sorrirem pra ele, para constantemente afirmar que só deu à Jessica tudo o que ela queria, foi brilhante da parte dos roteiristas. A série tem personagens femininas ocupando todos os espaços, tem uma amizade linda no centro, tem momentos tensos excelentes, boas atuações por parte dos protagonistas e a Jessica é uma investigadora particular (!!!). Bem excelente.

Incrível.
E tiveram os episódios finais de Mad Men. Melhor final de série em muito tempo, com uma conclusão que não é exatamente ambígua, mas que permite que você enxergue otimismo ou cinismo lá, e as duas coisas são, sim, justificadas - depende muito mais de você, da sua visão sobre a publicidade, sobre o Don e companhia e sobre o quanto as pessoas podem ou não mudar. Meio inacreditavelmente, perdeu os Emmys, inclusive de roteiro, pra Game of Thrones (a Academia de Artes & Ciências Televisivas assistiu essa cena?). Mas paciência, vida que segue, tem outros troféu:

Quanto à música, já comentei que não sou muito ligada em lançamentos, em acompanhar discografia de praticamente artista nenhum, então a verdade é que eu passei boa parte do ano escutando os mesmos CDs que eu ouço desde sempre - e uma mesma playlist no 8tracks. The End of an Era é uma coleção maravilhosa de algumas das melhores músicas tocadas nos créditos finais de Mad Men (EU SEI, já deu, eu sei) ao longo dos anos - apesar de terem faltado algumas das minhasfavoritas. A playlist também acaba mostrando a evolução da música ao longo da década de sessenta, e ouvir por inteiro é uma experiência bem legal.
Favoritas:Don't Think Twice, It's All Right; The End of the World; Bleecker Street; This Will Be Our Year; Both Sides Now (...but still somehow it's life's illusions I recall... gente, que letra).
Tá, mas e o que mais dá pra dizer eu gostei de ouvir esse ano?
Esse ano ouvi muito pop, bastante ex-Disney Channel, viciei em boyband, dei o braço a torcer pro disco novo do, olha só, Justin Bieber (mas melhore, Justin Bieber) e me esforcei pra não deitar no escuro ouvindo música melancólica porque não era disso que eu precisava (a rainha da melancolia voltou, no entanto, e dei uma escorregada). Os favoritos foram esses, mas ouvi muitas outras coisas das quais não lembro mais:

Favoritas: Stars Fell on Alabama; Oh, No, Not My Baby; This Girl's in Love with You. (E God Only Knows, que não faz parte do disco, não sei de onde surgiu, mas deveria).

Favoritas: HB, HB, HB; Various Storms & Saints; St. Jude; What Kind of Man.

Favoritas: Kill'em With Kindness (uma mensagem que eu preciso muitíssimo internalizar); Same Old Love; Me & the Rhythm; Good for You.
(Engraçado pensar que eu costumava achar a música da Demi muito melhor do que a da Selena, mas nem consegui terminar de ouvir Confident) (ex-Disney Channels e seus afetos, parei pra ouvir todos) (até a Hilary Duff voltou de um hiatus de aproximadamente 84 anos e, apesar de não ter sido essa coisa toda, teve música fofa).

Favoritas: End of the Day; Perfect; Never Enough; e só Deus sabe por que A.M. ficou pra faixa-bônus.

Favoritas: When We Were Young; Send My Love (To Your New Lover); Water Under the Bridge. Mas eu gostei de todas - foi tudo meio dentro do esperado.
Bônus: já falei das duas aqui, mas as trilhas sonoras de Interestelar e A Teoria de Tudo colocaram Hans Zimmer e Jóhan Jóhannsson entre os meus artistas mais ouvidos. Em dezembro, seguem sendo maravilhosas. Especialmente a primeira, que é mais do que boa, é mágica (sério, transformar o órgão, um instrumento que já soa meio etéreo, em som do espaço foi 10/10).

Sei lá como é que o Hans Zimmer conseguiu transformar isso aqui em som, mas conseguiu.
Com essa citação deveras inspiradora de Interestelar, que possivelmente está falando exclusivamente sobre americanos (porque americanos são americanos), mas que eu vou transformar em uma mensagem universal, me despeço e deixo aqui meus votos para que 2016 seja um ano mais gentil com todos nós, e que, principalmente, nós sejamos gentis uns com os outros - e com nós mesmos. Feliz 2016!