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Channel: Erro de Continuidade
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Favoritos em 2014

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Então o ano já está quase acabando. Ele passou, é claro, assustadoramente rápido. Espero que leve embora todas as coisas ruins que trouxe, e que 2015 seja melhor. Que eu seja melhor, também, que é a parte mais importante.

Retrospectivas realmente  não viriam a calhar esse ano por motivos de que é melhor não pensar demais a respeito dele, mas aproveito a oportunidade para deixar aqui minha lista de coisas favoritas de 2014, porque acho que esse é um jeito bacana de indicar ótimos títulos dos quais eu provavelmente não falei aqui antes (e acabaria não falando depois).


Dos livros:
Li mais esse ano do que no ano passado, mas menos do que em muitos anos anteriores. Voltar a ler com mais afinco é algo que eu quero muito fazer no ano que vem. Nesse ano, li bastante coisa boa, por isso fiquei surpresa ao chegar no fim do ano e perceber que só tinha dado cinco estrelas pra um livro - isso me fez querer reavaliar tudo (coisa que eu não vou fazer).

Na categoria clássicos, Jane Eyre, da Charlotte Brontë. Achei que ia detestar, mas amei. Muito mais do que um romance dramático com literatura gótica, o melhor livro escrito por uma Brontë é um coming of age fantástico e Jane é um belo protótipo feminista do começo do século XIX (só não dá pra desconsiderar o contexto, né, gente).

Uma curiosidade: Jane, mesmo apaixonada, diz umas 937 vezes que Sr. Rochester não é bonito. Bom trabalho, hein, galera do casting.

Na categoria de ficção contemporânea, mas que também é histórica, Sweet Tooth (ou Serena), do Ian McEwan. Um ótimo romance de espionagem, mas nada James Bond. Tem uma discussão bem bacana sobre livros e ficção e um final que possivelmente te surpreenda, se você já não estiver esperando que McEwan faça isso.

Li só dois chick-lits, um horrível e o outro é Someday, Someday Maybe (ou Quem Sabe um Dia), da Lauren Graham. Menos hilário do que sensível, é uma daquelas histórias que partem um pouquinho nosso coração, mas também o aquecem. Fiquei muito comovida com uma passagem mais para o final do livro que faz referência à história da Franny de Franny and Zooey, do Salinger - e acabei lendo esses dois contos também. Muito bons, e me fizeram acreditar que preciso dar uma nova chance a O Apanhador no Campo de Centeio (mas o original) (alguém precisa publicar uma tradução nova desse livro).

Na categoria YA, ficam dois. The Raven Boys, da Maggie Stiefvater, do qual falei aqui, e que é meu tipo favorito de young adult, com todas as coisas que eu mais gosto neles (enfoque em relações familiares e relações platônicas, romance lento e sensível, crescimento e desenvolvimento - é minha coisa favorita em personagens adolescentes). O outro é Jellicoe Road, da Melina Marchetta, que é construído brilhantemente, tem uma história original e sensível e lindamente humana e triste.

Dos filmes:
Para variar, comecei o ano assistindo a muitos filmes e terminei assistindo a pouquíssimos. Mas teve bastante coisa boa.

Assisti a duas ótimas produções da HBO, que faz filmes-para-tv que poderiam muito bem passar no cinema. Hemingway & Gellhorn conta a relação entre, bem, Ernest Hemingway e Martha Gellhorn. Começa melhor do que termina, e achei particularmente sensacional o primeiro terço do filme, em que eles estão cobrindo a Guerra Civil na Espanha, mas o filme de modo geral é bem bacana e me deixou morrendo e vontade de ler um pouco do jornalismo da Gellhorn. O outro foi Temple Grandin, cinebiografia da pesquisadora de mesmo nome, que é autista e também extremamente inteligente - e uma profissional muito bem sucedida. O filme em si é bacana, assim como a história da Temple, mas o mais sensacional é a atuação absurda da Claire Danes.

Na categoria heartwarming e quero rever sempre ficam Questão de Tempo (falei um pouquinho aqui) e Mesmo se nada der certo. Ambos um amor, despretensiosos, com ótimas trilhas sonoras e locações bonitas. Para rever naqueles dias não muito bons e terminar com um sorriso no rosto. Também dá pra incluir nessa categoria Cinderela em Paris, estrelado pela Audrey Hepburn e pelo Fred Astaire. Gente. É um musical. Eles viajam pra Paris. Eles cantam na livraria. Não tem nem o que dizer, só sentir.


Se vamos falar de coisas que definitivamente não aquecem o coração... 12 Anos de Escravidão  - esse ano foi tão errado que devo ter visto no máximo metade dos filmes indicados ao Oscar, mas 12 Anos mereceu levar, e, se é um tema já bastante explorado, é porque precisa ser. Também vi o dinamarquês A Caça, que trata de um tema bem difícil; mas achei que o filme lidou bem com ele. A caça que acontece no filme é bem assustadora, mas ao mesmo tempo é compreensível. Por fim, também tem o russo O Sol Enganador. Que filme maravilhoso! Os russos, descobri, são um povo muito vívido e todas as emoções são exploradas nos extremos. É histórico, tem velhos romances voltando à tona, família enorme, uma criança inteligente e sensível e tem, pra variar, tragédia.

Meu favorito lançado esse ano foi provavelmente Garota Exemplar. Que suspense, que tensão, que atuações, que cenas que me fizeram precisar baixar a cabeça um pouquinho pra voltar a respirar direitinho (não estou brincando. Fraca, eu sei). E que ótimas discussões ele suscitou internet afora.

Sobre um filme relativamente velho (aliás, me contem quais são os clássicos favoritos de vocês, porque eu provavelmente não vi, mas quero!): assisti esses dias Rede de Intrigas e achei tão sensacional. É incrível que ele tenha quase quarenta anos e, ainda assim, continue soando muito atual quando você assiste, tanto em sua crítica quanto o que ele critica na televisão e no jornalismo.

E sobre animações: Universidade Monstros! Morri de amores. A representação do cotidiano universitário ficou fantástica, o filme é divertido e, quando parece que vai cair no clichezão básico desse tipo de narrativa, ele vai lá e faz diferente. O final me agradou demais. Gosto muito de como eles exploraram a ideia de assustar adultos (porque, lembram, os monstros não conseguem assustar quem já cresceu?) e também a ideia de começar por baixo para alcançar o seu objetivo.


Da tv:
Comecei poucas séries esse ano, mas ganhei uma eterna favorita mesmo assim. Nada que vi esse ano se compara a Friday Night Lights, que inclusive ganhou post no blog. Difícil acreditar que uma série sobre um time de futebol americano me faria ficar tão desanimada a respeito de todas outras coisas que existem na televisão. Não tem nada parecido, e é uma pena, porque eu continuo atrás de uma série para preencher o vazio que o fim de FNL deixou na minha grade. Dizer que é linda e que chorei é pouco.

Te amo, Coach Taylor.

Da música:
Eu gosto muito de música, mas raramente estou esperando pelo lançamento de algum álbum, e tem pouquíssimos artistas ou bandas dos quais eu conheço a discografia inteira. Mas esperei ansiosamente por 1989, e ainda que não tenha amado na primeira vez que ouvi, só escutei ele por um mês inteiro, praticamente. Agora já passou um pouco, mas eu ouço Style New Romantics toda hora (acho que de Wildest Dreams e Blank Space já enjoei um pouquinho) (e as mais agridoces, tipo This Love e Clean, não dá pra ouvir demais, apesar de maravilhosas, e de serem as mais parecidas com a TayTay das antigas, que eu adoro).

E também amei amei amei as músicas originais de Mesmo Se Nada Der Certo. Especialmente Tell Me If You Wanna Go Home. Escuto toda hora também, e estou até agora morrendo de vontade de encontrar com o Mark Ruffalo por aí pra gente gravar um CD nas ruas movimentadas de Porto Alegre Nova York.


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